Ele portador da síndrome de Down,
tinha características físicas, que lhe era específica devido a síndrome que o
afligia, contudo, possuía mais semelhanças do que diferenças com todos nós que
convivemos junto a ele, na mesma cidade. Falar-se em características físicas
seria somente importante para médicos fazer diagnósticos clínicos específicos,
porém, a sua presença não tem nenhum outro significado.
Nem sempre uma pessoa com
síndrome de Down apresenta todas as características. A diversidade humana é uma
realidade que nós não podemos negar mediante práticas discriminatórias, veladas
ou explícitas.
Todos são responsáveis não apenas
por nossas individualidades, mas também por tudo o que se passa na sociedade.
Somos todos imperfeitos. Não há entre nós uma única pessoa que não seja
realmente especial na acepção da palavra utilizada pelos especialistas e
estudiosos que se aprofundaram em pesquisas sobre as necessidades próprias dos
deficientes.
Verdadeiramente falando, somos de
alguma forma, também deficientes. Alguns escutam menos. Outros enxergam com o
auxílio de próteses conhecidas como óculos ou lentes de contato. Há aqueles que
falam com dificuldade. Tantos outros apresentam dificuldades para aprender. E
existem alguns anjos especiais que vieram para a Terra a fim de nos fazer
aprender a língua do amor, aquela que mais pode nos aproximar da perfeição de
Deus. Esses anjos são pessoas com deficiências mentais ou físicas que conseguem
transformar a existência de seus pares nesse planeta (seus familiares, professores,
médicos e amigos mais próximos, além dos meramente chamados apenas de
conhecidos) e lhes fazer vivenciar a mais profunda, verdadeira e infinita
realização divina na terra, o amor desprendido, aquele que não demanda nada em
troca de uma enorme dedicação, apreço e carinho.
Assim é que nosso querido
Clementino Petrenko ficou conhecido por todos os moradores de nossa cidade de
Porto dos Gaúchos. Um “SER ESPECIAL” ... Ele sim, era um ser especial que
sentiu o amor nas veias que lhe pulsavam; que tinha admiração sempre quando
dizia: Viva o FLAMENGO!!!; que sempre caminhou sozinho pelas ruas da cidade;
que muitas peripécias fez, com o único intuito de apenas chamar a atenção de
seu próximo.
Ser especial era ser como ele...,
tendo luz, sentindo a calma em sua tenra solidão, deixando que a angústia não
lhe derrubasse, tendo ainda, forças para lutar pela vida enquanto pode.
“TINO” era nosso “ser especial”
que tinha alma pura, força nos braços, que as vezes nos fazia derramar lágrimas
sem dor. Sabia sorrir da tristeza quando ela lhe angustiava, sabia caminhar
sozinho, sabia ouvir o silêncio, sabia calar na multidão.
Pessoa pura, que nunca nos causou
constrangimento os que não fossem superados. Enfim, rogamos a Deus que receba
tão boa alma e que lhe mostre o caminho que o leve ao encontro do equilíbrio,
ao caminho que o deixe em paz com os teus, ao caminho que lhe faça voltar para
dentro como se buscasse a luz interior, que tantas vezes o deixou na escuridão.
A todos nós, que convivemos com
nosso querido ser especial “Clementino Petrenko”, resta-nos rogar que ele
descanse em paz, sob as graças de DEUS!
Por: Júlio César &
Dulcinéia Morimã – 26/04/2011.
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