Dante Martins de Oliveira, deve ser lembrado não só como um homem político, mas acima de tudo, como um grande visionário que marcou épocas. Foi um Engenheiro Civil e grande político brasileiro que nos anos 80, teve uma felicidade extrema ao ser autor (apesar de não ser o único) da emenda que levou seu nome, instituindo eleições diretas ara presidente da Republica.
Entretanto, foi através de sua iniciativa que ganhou repercussão, por ter sido a primeira emenda a não ficar restrita às paredes do Congresso Nacional e ganhou as ruas num momento em que as manifestações pedindo a volta das eleições diretas, se multiplicavam pelo país, num movimento que resultou na campanha "Diretas Já" e que, mesmo não sendo aprovada, mudou a cara do País. Naquela época, faltaram-lhe apenas 22 votos para a aprovação da Emenda Dante de Oliveira.
Homem público que mostrou fazer política, a seu modo, dando a que não viu, a oportunidade e saber e a quem viveu a chance de reorganizar na cabeça o passado, enxergando melhor o presente, tentando assim, construir um futuro firme para a democracia brasileira.
Apesar de ter perdido sua primeira eleição em 1976 quando disputou vaga para Vereador em Cuiabá, soube como realizar todo seu legado enquanto esteve no poder como Deputado Estadual em 1978, Deputado Federal em 1982 e foi nessa condição que apresentou no ano seguinte, uma emenda restabelecendo as eleições diretas para Presidente, que se realizaram em 15 de novembro de 1984, logo depois foi eleito Prefeito de Cuiabá em 1985, cargo do qual se afastou entre 28 de maio de 1986 e 2 de junho de 1987, quando foi Ministro da Reforma Agraria do Governo Sarney.
Foi ainda, candidato a Deputado Federal em 1990, não conseguindo se eleger. Teve essa derrota revertida em 1992 quando eleito para seu segundo mandato como Prefeito de Cuiabá, cargo que renunciou em 1994, meses antes de ser eleito Governador de Mato Grosso, onde obteve maioria absoluta de votos no primeiro turno, atingindo 71,3% do percentual de votos nominais. Foi ainda, reeleito Governador em 1998. Em 2002, resolve candidatar-se à Senador da República, onde veio a perder a eleição.
Logo depois de ter sido reeleito para o segundo Mandato ao governo do Estado, tive o prazer, ao ser convidado em janeiro de 2000 por Dante de Oliveira e Sueli Solange Capitula, então Procuradora-Geral do Estado de Mato Grosso, a assumir a função de Superintendente Geral da PGE-MT, onde permaneci até seu afastamento para candidatura ao Senado Federal.
"Dante de Oliveira" tem minha profunda admiração pela pessoa que foi, brilhante em seus discursos e pelos seus gestos de fraternidade, agindo sempre com uma capacidade inigualável de enfrentar tempos ruins, contudo, sobrevivendo, ao saber que depois de um dia ruim sempre existiria o amanhã.
A seu tempo, foi o idealizador de um futuro próspero para seu povo, dedicando-se conscientemente em tudo o que fazia, motivo pelo qual, merece todo nosso mérito. Em 2006, Dante de Oliveira tinha ainda intenções de disputar mais um mandato de Deputado Federal, porem, no dia 06 de julho daquele ano, partiu de forma súbita, vindo a falecer em Cuiabá, vitimado por uma pneumonia num quadro agravado pelo diabetes, deixando-nos, assim, com extremas saudades.
Três anos de sua morte se completam hoje, e devem ser lembrados por todos aqueles que o prezaram, quer fosse amigos da vida privada, servidores e companheiros da vida pública ou ainda, por seus inimigos políticos, também companheiros diretos e indiretos da política.
Algumas pessoas enquanto na vida pública, conseguem realizar feitos que os façam ficar perpetuados na história. Dante, foi uma dessas pessoas. Após sua morte, recebeu várias homenagens, inclusive a Avenida dos trabalhadores, em Cuiabá, que hoje se chama Avenida Governador Dante Martins de Oliveira.
Essa singela lembrança fica registrada como o mínimo que um cidadão pode fazer em homenagem a um brilhante político de sua nação, que deve sempre ser lembrado por suas derrotas, porem, muito mais vislumbrado pelos seus méritos.
Nas palavras de Onofre Ribeiro, brilhante jornalista em Cuiabá e amigo pessoal de Dante, em seu artigo, sob título "Dante pertence a História", retrata-nos que, dias antes de partir, Dante disse-lhe - "Fiz o que fiz, e nem sei se fiz bem..." - Só resta-me , nesta singela homenagem, afirmar com toda certeza o que disse Onofre Ribeiro... "Quem o responderá será a HISTÓRIA"...
"DANTE DE OLIVEIRA", que DEUS o tenha a seu lado.
Por: Júlio César Rodrigues da Cunha - Bacharel em Direito.
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