Liberdade Como Consequência da Democracia

Liberdade! Para se compreender o conceito de liberdade é preciso entender a definição da Democracia, conhecida também como “Poder do Povo", ou seja, ela nada mais é do que a liberdade de se escolher por si só, perante um ato eleitoral, pela divisão dos poderes e pelo controle de suas autoridades representativas.

Assim definida, entende-se que a Liberdade é uma consequência da Democracia. A liberdade de expressão é o suporte de qualquer democracia. Geralmente têm-se muitas vozes exprimindo ideias e opiniões diferentes e até mesmo divergentes umas das outras.

Para um povo livre governar a si mesmo, deve ser livre para se exprimir de qualquer forma que seja, quer em palavras, gestos ou outro meio qualquer. A força dessa expressão deve ser sempre protegida, porém, jamais censurada, por quem quer que seja tendo por fim, todo meio de protesto validado, pois é dele que se testa nossa democracia.  A liberdade de expressão é um direito, portanto, não pode e não deve, ser  usado em forma de calúnias ou difamações. O desafio para uma democracia é o equilíbrio entre quem a exerce e a faz-se cumprir.

A democracia depende do acesso da sociedade a toda e qualquer informação, e não da obscuridade, devido a jogadas políticas que se percebe dia pós dia. Isso nada mais faz do que pairar nessa mesma sociedade o objetivo de que fique sem saber o que pensar e o que decidir, pois lhe resta apenas a duvida em saber quem é ou ainda, quem será candidato, ou não. Deve-se permitir a ampla participação da vida pública. Deve-se criticar, se preciso for, qualquer membro de governo ou ainda, qualquer políticas insensatas.

Para se falar em uma democracia, depende-se de se ter amplo, total e irrestrito acesso às opiniões e ideologias, não sujeitos a uma possível censura.

Vê-se nos embates políticos que acirram as campanhas de uma localidade, onde fica claro que muitos dos políticos desconhecem o verdadeiro significado dessa ideologia, pois, ao invés de fazerem-na cumprir, alguns partem para a ignorância, numa completa arrogância, desrespeito para com o cidadão, além de terem uma falta de companheirismo com seu próximo, até mesmo se seu próprio partido, gerando a falta de fidelidade partidária de origem.

Tais gestos, nada mais demonstram do que a falta de preparo, de timbre para trabalhar em prol da sociedade que o elegeu; de gerir o seu patrimônio maior, a administração da cidade em que vivem tal sociedade.  Percebe-se o completo descaso pelas ideologias partidárias, tornando-se notória a troca de partidos, não por novas ideologias, mas sim, apenas e tão somente, para ter-se a certeza de que alcançará o dito PODER.

Cada pessoa deposita suas esperanças e perspectivas para um futuro melhor! Para isso, escolhem livremente um lugar para viver. Lugar este, onde aposta em algum negócio próprio ou em uma nova família. Com o passar do tempo, percebe-se que representantes do poder público, intervém, abrindo ruas novas, asfaltando algumas já antigas, fazendo calçadas e algumas outras melhorias, e assim, essas cidades vão crescendo e se transformando lentamente, nas mãos de cada gestor que a representa.

É preciso entender que apesar de todos os defeitos, que qualquer cidade possui, vários deles são comuns a uma grande das que estão em fase de desenvolvimento. Assim sendo, pode-se afirmar que Porto dos Gaúchos ainda é um excelente lugar para se viver. Apesar das reclamações frequentes, a cidade tem forte tendência ao crescimento, e isso não depende de um determinado gestor e sim de uma administração precisa, correta e perfeita!

A oposição entre sonhos, desejos e ideias é força de uma sociedade moderna, contudo, a esta se deve exigir tolerância, liberdade e pragmatismo. É devido a este fato que a alternância de poder e o debate de ideias, devem ser feitas com as devidas cautelas perante a sociedade, pois a renovação das lideranças sociais e políticas poderão ser necessárias, desde que fique evidenciada e de forma bem explicita, clara e precisa de que a ordem não esteja sendo mantida, de que o descaso esteja prevalecendo uns em detrimento de outros, seja em qualquer esfera que for, e ainda que o erário esteja realmente sendo usurpado. Fora essas circunstâncias, devem prevalecer o bom senso e a justa escolha de quem deve estar no poder. Por isso não há regime melhor que a democracia quando o assunto é gerir os homens. Saiba a quem escolher, para não arrepender-se no futuro!

Neste momento, independentemente de quem esteja no poder, quer seja da oposição ou não, isso não é fato relevante! É preciso saber definir pesos e medidas! É preciso sim, fiscalizar o que se faz com o dinheiro público, mas também, necessário se faz ter-se o devido respeito ao que foi feito em gestões passadas, bem como ao que esta sendo feito na presente! É preciso respeitar ideias e opiniões, tanto de quem esta no poder, como também daqueles que o almejam e ainda, e tão principalmente, da sociedade como um todo, pois tudo que for planejado e feito, será em prol desta mesma sociedade. Somente a ela será exercido tal poder e não para um determinado grupo de pessoas.  A liberdade individual deve continuar a ser um valor soberano nas decisões, contudo, frisa-se, de toda uma sociedade.

Para se viver num país livre, paga-se um preço por tal liberdade, que é, às vezes, ter de tolerar coisas das quais não se gosta.  Dai então, pensa-se em tomar uma decisão por todos os outros dessa mesma sociedade.  Tem-se assim a impressão de que, quem ficou de fora, não pode fazer mais nada. E isto, não é liberdade!

Enfim, a Liberdade é o direito que cada um tem de ouvir a voz da sua consciência sobre o que pode e tem a liberdade de fazer pela sua cidade, pela terra que o viu nascer! Terra que clama pela prosperidade e direito de sua gente existir perante outras de sua mesma região!

Nas eleições que se aproximam, espera-se ver verdadeiros idealismos políticos partidários e não falsas promessas de campanhas. E, acima de tudo, que se faça uma campanha limpa e honesta, vislumbrando-se o bem da cidade em prol do povo que nela vive. Que a busca pelo paço seja acirrada, porem sem calúnias a quem quer que sejam seus pretensores. Prevaleça-se sempre a verdade acima de tudo, e que o direito seja exercido dentro dos poderes da soberania constitucional.

Aos incrédulos resta refletirem sobre as palavras de um grande filósofo iluminista e um dos maiores pensadores da sua época, ao fazer inúmeras críticas ao absolutismo e à intolerância, é que encontra-se em sua luta pela liberdade, a representação perfeita na seguinte frase:

''Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas defenderei até a morte o direito de dizê-las''. (Voltarie)

Nesta frase, encontra-se perfeitamente o significado de liberdade como consequência de uma democracia. Deve-se então, refletir perante atos e gestos, enfim, valorizar-se o que se tem de maior, politicamente falando, O PODER de escolher livremente sob sua única convicção.

Portanto, seja livre! Contudo, responsável!

Júlio César Rodrigues da Cunha

A Travessia do Rubicão

                                             “Alea jacta est.” A sorte esta lançada

Muitos, com certeza, lembrar-se-ão das suas aulas de História Geral do segundo grau, quando o professor emocionado, literalmente declamava a célebre frase de Júlio César, ao atravessar o rio Rubicão: “Alea Jacta Est!” (A sorte esta lançada). Estas foram três coisas que, de fato, pelo menos eu, nunca esqueci: Júlio César, a frase e o Rubicão.

Assim trata a história...

Rubicão era o nome antigamente utilizado para designar um curso de água na Itália Setentorial, que corria para o mar Adriático, a pouca distância a norte de Ariminium (Rimini). O atual rio Rubicão, que nasce perto de San Marino, é, normalmente, identificado com o antigo Rubicão. No século I a.C., este rio formava a linha de fronteira entre a Itália e a província romana da Gália Cisalpina (atuais Picerronte, Lombardia e Ligúria). O curso d’ água marcava a divisa entre a província da Gália Cisalpina e o território da cidade de Roma (posteriormente, a província da Itália).

No comando da XIII Legião, Caio Júlio César, em uma decisão que mudou para sempre os caminhos de Roma, atravessa o rio Rubicão, uma fronteira natural que separa a Gália Cisalpina e a Itália. Era o ano 49 a.C. mais precisamente no dia 11 do mês de janeiro, quando Júlio César decidiu atravessar o rio Rubicão com seu exército, transgredindo a lei do Senado que determinava o licenciamento das tropas toda vez que o general de Roma entrasse na Itália pelo norte. A decisão de “César” mudou o rumo da história. Antes que ele atravessasse o rio, a tomada de Roma era apenas uma idéia, um desejo que ele poderia concretizar.

Este ato foi uma declaração de guerra civil contra Pompéia, que detinha poder sobre Roma. No instante em que atravessou o Rubicão, exclamou: "Anerrifthô Kubos" traduzido em latim popular por “Alea jacta est” (A sorte está lançada). César resolveu voltar com suas legiões à cidade. Uma vez atravessado o Rubicão e já em terras romanas, ele sabia que não tinha volta. Ou ele e seus soldados tomavam a cidade, ou Pompéia os destruiria. E a sua coragem lhe rendeu o que viria a ser o Império Romano.

À época, o Senado romano proibia formalmente a todo general em armas de transpor essa fronteira sem expressa autorização. Ao transgredir a ordem, Júlio César violou a lei de Roma e declarou guerra ao Senado.

A partir daquele momento ninguém mais seguraria Júlio César.

O general, estadista, orador, historiador e legislador romano, considerado um dos homens mais cultos de seu tempo e um dos maiores chefes militares de toda a história, entra em Roma, afasta Pompeu e, ao fim de uma longa guerra civil, submete o conjunto do Império Romano aos seus desígnios de ditador vitalício. É de se notar que, diferentemente do que o senso comum imagina, Júlio César nunca foi princeps (“latim para o primeiro no tempo ou no fim, o primeiro, chefe, o mais eminente, distinguidos ou nobre, o primeiro homem, primeira pessoa”), portanto, não pode ser considerado imperador romano, ainda que tivesse sido nomeado ditador vitalício em 45 a.C.

O nome César tornou-se nome de família da primeira dinastia, sendo usado como título, atravessando milênios sob títulos de “Czar” (em russo) e “Kaiser” (em alemão), que nada mais eram do que o título de “Caesar” (em romano).

A expressão "atravessar o Rubicão" passou a significar a tomada de uma decisão que se traduzirá numa perigosa empresa. Decorre deste fato histórico, que atravessar o Rubicão é "pensar grande", ultrapassar fronteiras, defrontar-se com um caminho sempre difícil e desconfortável. - César, apesar disso, atravessou o Rubicão!

Para ter êxito na vida, você tem de ser vulnerável. É preciso se arriscar em território desconhecido, sem resultados prometidos ou calculados. É preciso ultrapassar os limites da zona de segurança e confiar que Deus vai cuidar de você, mesmo que você não saiba como.
A verdadeira aventura da vida está em ir além da segurança aparente do já conhecido, impelidos pela constatação de que não são as nossas defesas pessoais que garantem nossa segurança, mas um poder que vai muito além da nossa débil encenação de auto-proteção.

Há muito tempo que a segurança tem sido o lema dos que não prosperam, mas nunca foi o lema dos vencedores. O vencedor deve enfrentar o perigo. Deve correr o risco, a culpa e o peso da tempestade, se quiser ter oportunidade ou criá-la. Não se pode erguer a cabeça acima da água sem jamais esticar o pescoço. Um sonho que não inclua risco não merece ser chamado de sonho. Aquele que não arrisca fará poucas coisas ruins, mas fará pouquíssimas coisas. Se jamais corrermos riscos, jamais realizaremos coisas grandes. O jogo de cartas do Tarô mostra o bobo como um jovem que caminha despreocupadamente pela borda de um precipício, assobiando.

Há uma controvérsia quanto, a saber, se essa carta é a mais baixa ou a mais alta do baralho. São as duas coisas. Existe a tolice cega que nos leva a causar danos a nós mesmos porque não damos atenção aos sinais que estão nos advertindo do perigo. Mas existe também a divina tolice que nos permite ouvir a orientação de uma voz interior que, embora talvez pareça ridícula para o mundo, na realidade procede da profunda sabedoria que nos encaminha para um bem superior. E diz: "Se você quiser que sua vida sempre melhore, terá de assumir riscos. Não existe nenhum jeito de crescer sem arriscar nada. Recuse-se a se unir à multidão cautelosa que joga para não perder. Jogue para ganhar".

Atravessar o Rubicão é uma metáfora de se lançar ao desconhecido com vigor e sedento de novas conquistas.

A passagem do Rubicão é usada para exemplificar as mudanças que acontecem com as crianças aos nove anos de idade. Por volta desta época, a criança começa a ver pai e mãe não mais como exemplos da perfeição idolatrada, mas seres imperfeitos, não tão bonitos, não tão absolutos. E aí, dá aquele medo do desconhecido, aquela vontade de voltar a dormir na cama dos pais e não ter que se preocupar com absolutamente nada, ao mesmo tempo em que somos tomados por uma curiosidade eterna que nos impulsiona a seguirmos o nosso curso. A sorte esta lançada. Mas não é só no universo infantil que vencemos o Rubicão.

Por quantas vezes em nossa existência realizamos essas travessias? Mergulhar no improvável é uma essência da alma humana! Existe uma fase da vida ainda mais instigante, quando nos permitimos mergulhar novamente em águas já conhecidas, contudo com um olhar totalmente inusitado. E simplesmente, você se dá conta de que ipês amarelos florescem no inverno, o que torna esta estação do ano mais afável. E que o céu é de um frio azul, mesclado com um carmim dissoluto em uma névoa distante. Nas estradas, a poeira e o intenso vermelho das queimadas.

Com certeza já não mergulho neste rio tão afoito como o menino de outrora, porém, o olhar das (re)descobertas forjam em mim sentimentos mais profundos que me permitem alcançar a outra margem com uma singularidade silenciosa.

A sorte esta lançada “Alea jacta est”... e o sucesso, favorece a ousadia!

O mundo é um livro do qual, aqueles que não assumem riscos, lêem apenas uma página. Cabe apenas a nós mesmos, decidirmos o que fazer, ou então, simplesmente, ficarmos refletindo sobre uma singela frase de Lois Platford, que assim dizia:

" Temos a eternidade toda para sermos cautelosos, mas então estaremos mortos "

Atravesse também, o seu Rubicão!


“AVE CÉSAR”!!!!!